Seja em conversas ou nas notícias, o spread ou margem associado ao crédito habitação é uma palavra que se ouve frequentemente. Mas o que realmente significa? Venha descobrir!
O que é o spread bancário?
O principal negócio dos bancos é emprestar dinheiro, mas para que isso possa acontecer, eles próprios precisam de se financiar, através da captação de recursos financeiros, os quais podem ser depósitos dos seus clientes, ou então, empréstimos obtidos junto dos bancos centrais ou de outros bancos comerciais.
Estes recursos financeiros que os bancos obtêm têm de ser remunerados, quer seja os depósitos dos seus clientes ou empréstimos de outros bancos. A este custo da obtenção de recursos, os bancos adicionam uma margem de lucro, no momento de conceder financiamento aos seus clientes, também conhecida por spread.
O spread bancário incorpora assim a margem de lucro que os bancos pretendem obter pelo exercício da atividade de financiamento, mas não só. O spread também incorpora o risco percebido pelos bancos em relação aos seus clientes, quando concede os empréstimos, mas também possíveis descontos, pela contratação de outros produtos financeiros associados ao crédito habitação. Por isso, o spread não é igual para todos.
O impacto do risco de crédito no spread
O spread é calibrado pela avaliação de risco de crédito dos clientes, de forma individual, para cada caso concreto. Essencialmente, o banco tem em conta, não só os rendimentos dos clientes e a sua estabilidade ao longo do tempo, mas também a qualidade da garantia, obtida através da avaliação dos imóveis associados ao crédito habitação, e da relação o valor da garantia com o montante do empréstimo. A incorporação destas 3 componentes na análise de risco do banco resulta numa possível perda esperada associada a um determinado contrato de empréstimo, que serve para ajustar a margem de lucro.
O impacto de vendas cruzadas no spread
No entanto, e porque o negócio dos bancos não é apenas conceder financiamento, é possível obter reduções de spread mediante a contratação de outros produtos e serviços bancários. Por exemplo, é comum que o spread seja ajustado para baixo quando existe a abertura de conta à ordem, a contratação de cartões de débito e de crédito, a adesão à banca eletrónica, a domiciliação de rendimentos, a contratação de seguros ou até de aplicações financeiras. Estas vendas cruzadas de produtos proporcionam rentabilidade adicional, permitindo aos bancos reduzir o spread que oferecem aos seus clientes.
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